sábado, 20 de junho de 2009

Jornalista sequestrado há sete meses por talibãs consegue fugir

O repórter do New York Times David Rohde conseguiu fugir aos talibãs que o mantinham sequestrado há mais de sete meses numa região montanhosa do Paquistão, notícia o site do jornal norte-americano.
Enquanto recolhia dados para um livro sobre o envolvimento dos Estados Unidos no Afeganistão, Rohde foi sequestrado juntamente com um jornalista local, Tahir Ludin, e o motorista, Asadullah Mangal, fora de Cabul a 10 de Novembro.
O jornalista contou que ele e Ludin escalaram na sexta-feira à noite uma parede do complexo onde estavam reféns na região paquistanesa do Vaziristão Norte.
Na fuga encontraram batedores do exército paquistanês, que os levaram a uma base nas proximidades e sábado voaram até uma base militar norte-americana no Afeganistão.
O motorista não fugiu com os dois jornalistas, refere ainda a noticia.
As primeiras informações referiam Rohde como estando de boa saúde, enquanto Ludin magoou o pé na fuga.
O sequestro não tinha sido divulgado quer pelo New York Times, quer por outra imprensa para garantir a segurança dos reféns.
Rohde, de 41 anos, integra a equipa do jornal que venceu o Prémio Pulitzer em Maio pelo trabalho feito no Afeganistão e Paquistão no ano passado.

Guantanamo: Portugal vai receber dois a três ex-detidos

Óbidos, Leiria, 20 Jun (Lusa) --
Portugal irá receber dois a três ex-detidos do Centro de Detenção de Guantanamo mas o seu estatuto só deverá ser definido na próxima semana, revelou hoje à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luis Amado.
"Nós receberemos dois a três prisioneiros, mas teremos agora, internamente, que fazer os procedimentos necessários para proceder a esse acolhimento" explicou o Ministro.
Na sequência da reunião realizada ontem entre enviado especial dos EUA para o encerramento da prisão de Guantanamo, Daniel Fried e o Ministério dos Negócios Estrangeiros português, Luis Amado sublinha que foram definidos "um conjunto de orientações relativamente às propostas que nos foram apresentadas" mas estão ainda a ser analisadas algumas questões como o estatuto a atribuir aos ex-detidos que Portugal irá receber.

IRÃO - ELEIÇÕES E CONSEQUÊNCIAS 2

Obama desafia governo do Irão a acabar com a violência

O presidente norte-americano Barack Obama desafiou o governo iraniano a acabar com "toda a violência e acções injustas contra o seu próprio povo", segundo um comunicado da Casa Branca.
Os comentários surgem numa altura em que sobem de tom os protestos contra os resultados eleitorais em Teerão.
Em Teerão, a polícia agrediu protestantes e usou gás lacrimogéneo e canhões de água contra milhares de pessoas que protestavam em Teerão contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Pelo menos sete pessoas morreram desde que a agitação começou há alguns dias.
Obama lembrou que os direitos universais de reunião e de livre discurso têm de ser respeitados e que os Estados Unidos estão com quem procura exercer esses direitos.
Irão: Mussavi exige repetição de eleições

Em dia de mais confrontos em Teerão, o líder da oposição iraniana diz-se "pronto para o martírio".
O líder da oposição iraniana, Mir Hossein Mussavi, voltou hoje a exigir a repetição das eleições presidenciais de 12 de Junho, no Irão, em carta enviada ao Conselho de Guardiães, que deve validar o plebiscito.
Na missiva, publicada na página da Internet de Mussavi, o ex-primeiro-ministro reitera que devido a "todas as violações registadas as eleições devem ser anuladas".
Pelo menos um homem ficou hoje ferido em Teerão numa manifestação de várias centenas de apoiantes de Mir Hossein Moussavi, candidato alegadamente derrotado nas presidenciais.
O homem foi ferido a tiro, no ombro, em Teerão, segundo uma testemunha que disse serem ainda ouvidos disparos.
Um outro manifestante disse à Agência France Presse (AFP) que a polícia lançou um ataque "brutal" contra um grupo que se manifestava pacificamente em Teerão.
A AFP, que garantiu não estar autorizada a fazer a cobertura de manifestações de oposição à reeleição de Ahmadinejad, disse não estar em condições de confirmar esta informação.
O guia supremo iraniano, Ali Khamenei, declarou sexta-feira que "o povo escolheu aquele que queria" como presidente do Irão, exigindo o fim das manifestações contra a controversa reeleição de Ahmadinejad.
Khamenei, principal autoridade do Estado, exigiu o fim das manifestações organizadas diariamente pela oposição após a proclamação dos resultados, garantindo que "não cederá à rua".
Rejeitou por outro lado a possibilidade de fraudes que tenham favorecido Ahmadinejad no escrutínio, confirmando que "o presidente foi eleito com 24 milhões de votos". Contudo, concedeu, qualquer dúvida sobre os resultados deve ser examinada pelos meios legais.

IRÃO - ELEIÇÕES E CONSEQUÊNCIAS


Marcha prevista para Teerão desconvocada por falta de autorização


Os organizadores da marcha prevista para este sábado em Teerão desconvocaram o seu protesto em virtude de não terem conseguido a autorização para o mesmo. Entretanto, a polícia tinha afirmado que todos os organizadores de marchas não autorizadas seriam detidos e processados pela justiça.
A marcha prevista para este sábado em Teerão foi desconvocada pelos seus organizadores devido ao facto de não ter sido autorizada pelas autoridades iranianas, indicou um comunicado dos organizadores, citado pela televisão de Estado.

«Uma permissão tinha sido pedida para que se realizasse uma manifestação, mas como ela não foi autorizada não haverá manifestação», iniciou a Associação iraniana de Religiosos Combatentes, fundada pelo ex-presidente Mohammad Khatami.

Entretanto, a polícia avisou que todos os organizadores de manifestações ilegais serão detidos e processados pela justiça, uma declaração feito pelo chefe adjunto da polícia, também na televisão de Estado.

Ahmad Reza Radan frisou que a «polícia agirá com determinação contra todas as manifestações e protestos ilegais» e e que todos os tentam enganar as pessoas ao dizer que existe uma autorização «serão processados em conformidade com a lei e detidos».

O cancelamento desta marcha surgiu no dia em que quer Mirhossein Moussavi, quer Mehdi Karoubi, ambos candidatos derrotados nas presidenciais de 12 de Junho não compareceram no Conselho de Guardiões para examinar as alegadas irregularidades neste acto eleitoral.

Segundo o site de um jornal iraniano, Moussavi estará a preparar para fazer um «comunicado importante ao povo iraniano» dentro de pouco tempo



Dissente Ebrahim Yazdi libertado

O líder do Movimento de Libertação do Irão (MLI), da oposição liberal, Ebrahim Yazdi, detido quarta-feira, foi libertado pelas autoridades iranianas, afirmou um dos seus conselheiros, Issa Saharkhiz.
«Ele está no hospital e a ordem de prisão dada pelo vice-procurador (Hassan) Hadad foi anulada», declarou esta sexta-feira Saharkhiz, acrescentando já ter falado com Yazdi ao telefone.

Yazdi, 70 anos, sofre de cancro, segundo o conselheiro.

O líder do MLI foi detido quarta-feira quando estava hospitalizado numa unidade de emergência, onde permaneceu apesar da ordem de prisão.

Durante os últimos dias, as autoridades iranianas têm multiplicado as detenções de opositores, na sequência das manifestações realizadas após o anúncio, sábado, da reeleição do Presidente Mahmud Ahmadinejad, uma vitória contestada por Mir Hossein Moussavi (principal adversário político de Ahmadinejad) e por outros dois candidatos, que denunciaram irregularidades no escrutínio eleitoral.

O MLI, fundado em 1960 por Mehdi Bazargan, é um movimento de oposição liberal, nacionalista, islâmico e progressista.

Yazdi foi ministro dos Negócios Estrangeiros no governo provisório chefiado pelo antigo primeiro-ministro Mehdi Bazargan e um dos mais próximos aliados do imam Khomeini durante o seu exílio em França em finais de 1978.


Amnistia Internacional acusa Khamenei de justificar uso da força pela polícia

A organização de defesa dos direitos humanos, Amnistia Internacional, acusou o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, de justificar o uso da força pela polícia no discurso que fez esta sexta-feira em Teerão.
«Estamos muito preocupados com as declarações do ayatollah Khamenei que parecem dar 'luz verde' às forças de segurança para recorrerem à violência contra os manifestantes que exercem os seus direitos de se manifestarem e exprimirem as suas opiniões», disse Hassiba Hadj Sahraoui, adjunto da AI para o Médio Oriente.

«Que um chefe de Estado responsabilize pelas possíveis consequências em matéria de segurança os manifestantes pacíficos e não as próprias forças de segurança constitui uma prevaricação e uma autorização para eventuais abusos», sublinhou Sahraoui num comunicado.

Neste contexto, a AI disse temer que, se houver manifestações nos próximos dias, os participantes sejam «alvo de detenções arbitrárias e de um uso excessivo da força, como foi o caso dos últimos dias».

No seu discurso de hoje Khamenei voltou a apoiar a controversa vitória eleitoral do presidente Mahmud Ahmadinejad e qualificou de «inaceitável o desafio das ruas».

O guia supremo iraniano advertiu a oposição de que «será responsável pelo caos» se continuar com os protestos, sem precedentes em 30 anos de República Islâmica.

A AI recordou o governo iraniano de que o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, que Teerão subscreveu, protege expressamente o direito de reunião pacífica.

Entretanto, a AI reviu em baixa o balanço que tinha feito das vítimas mortais nas manifestações, passando de 15 para dez mortos.



Amnistia Internacional regista 15 mortos durante manifestações em Teerão

A Amnistia Internacional anunciou, esta sexta-feira, que 15 pessoas foram mortas durante as manifestações da oposição em Teerão, após as contestadas eleições presidenciais iranianas.
As manifestações da oposição, depois das eleições iranianas, provocaram 15 mortos em Teerão, anunciou a Amnistia Internacional.

«Sete mortos foram confirmados pela rádio oficial do Irão, mas a Amnistia Internacional registou até 15 mortos, entre os quais cinco estudantes cuja morte está por confirmar», indica a AI em comunicado.

Um porta-voz da AI precisou à agência noticiosa francesa AFP, que «o número de 15 pessoas foi confirmado».

«O que não está confirmado é se cinco dos 15 eram estudantes», adiantou.

Segundo a rádio oficial iraniana Radio Payam, sete civis foram mortos a tiro, segunda-feira, à margem de manifestações que juntaram várias centenas de milhares de pessoas.

Os mortos terão atacado uma base da milícia bassij, próxima do presidente ultra-conservador Mahmud Ahmadinejad.

O presidente norte-americano, Barack Obama, declarou-se na altura «profundamente preocupado».

As mortes ocorreram três dias depois das eleições presidenciais que permitiram a reeleição de Ahmadinejad, com cerca de 63 por cento dos votos, resultado que é contestado pelo seu rival Hossein Mussavi, que obteve cerca de 33 por cento.



UE apela à liberdade de manifestação no Irão

Os líderes da União Europeia apelaram, esta sexta-feira, ao Irão para que deixe a população «juntar-se e manifestar-se», depois de o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, ter exigido o fim das manifestações contra os resultados das presidenciais.
«O conselho (europeu) apela às autoridades iranianas para que se assegurem de que é garantido o direito de todos os iranianos a juntarem-se e a manifestarem-se pacificamente e para que se abstenham de utilizar a força contra as manifestações pacíficas», declararam os 27 chefes de Estado e de Governo, reunidos numa cimeira em Bruxelas.

O apelo consta de um texto adoptado hoje e que deverá ser divulgado mais tarde, segundo as agências internacionais, que tiveram acesso ao documento.

«A União Europeia acompanha com grande preocupação a resposta às manifestações em todo o Irão. A UE condena com firmeza a utilização de violência contra os manifestantes que levou à morte de várias pessoas», acrescenta o texto

quinta-feira, 18 de junho de 2009

IRÃO - Internet ao serviço da revolução

Enquanto os meios de comunicação tentam descobrir como contar o que se passa no Irão, dentro do país milhares de pessoas estão a fazer-se ouvir através das novas teconologias. Blogues escritos a partir de Teerão, redes sociais e videos feitos com telemóvel. Uma fonte enorme de informação, disparada ao minuto, mas cuja qualidade é dificil de controlar.